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Foto/Reprodução Freepik

Onda de demissões e quite quitting, o que está acontecendo?

O Brasil bateu novo recorde em demissões em 12 meses, registrando 6,467 milhões de pedidos até julho entre os trabalhadores com carteira assinada. Esse número representa 32,4% de desligamentos no período, sendo que 1 de cada 3 desligamentos foram a pedido do trabalhador. Apesar do nível de desemprego do país ainda estar elevado e das dificuldades dos profissionais em voltarem ao mercado de trabalho, o número de pedidos de demissão só crescem! Mas, o que será que está acontecendo?

Na verdade, existem dois movimentos acontecendo ao mesmo tempo. Existe o movimento do quite quitting e outro movimento de uma onda de demissões, que não está atrelado ao quite quitting.

Quite quitting (Demissão silenciosa)

Vamos começar falando do assunto do momento, quite quitting, em português demissão silenciosa. Esse é o movimento de trabalho da geração z e millenials no mercado de trabalho. As pessoas dessa geração buscam ter uma relação mais saudável com seu ofício evitando as doenças relacionadas ao trabalho e melhorando a qualidade de vida.

A pandemia acelerou esse processo que já estava começando a algum tempo. Existem muitas pessoas que estão acometidas por doenças do trabalho e para piorar as relações de trabalho em nosso país ainda são problemáticas.

É a relação com o trabalho que mudou, para essas gerações o trabalho não é mais visto como o mais importante, mas algo complementar.

Assim, essas pessoas vão priorizar trabalhos home-office, rotinas de trabalho menos desgastantes, um clima organizacional positivo, uma cultura da empresa adequada ao seu perfil, salários e benefícios adequados ao seu ofício, atividades de endomarketing e bem-estar do funcionário em geral.

E quando isso não acontece no seu ponto de vista, ela vai em busca uma nova oportunidade de trabalho que esteja adequada aos seus valores e crenças.

É uma nova forma de relação de trabalho que antes as pessoas não tinham antigamente. As gerações mais antigas como a X e os baby boomers foram criados em um mercado extremamente competitivo e com o sonho de chegar em altas posições como líderes e CEOS.

Mas isso não significa que esse sonho de liderar não esteja mais presente nas gerações mais jovens. Afinal, cada ser humano é único e possui seus sonhos e aspirações no mercado de trabalho. Mas, essa tendência aponta que no geral essas pessoas valorizam mais o equilíbrio e o bem-estar no geral. E por conta disso, só está mais distante…

Onda de demissões

Além desse movimento, existe também a onda de demissões voluntárias, que na verdade é um fenômeno mundial.

Essas demissões têm uma relação mais forte com a pandemia também. Ela tem sido chamada de “a grande renúncia”, são pessoas que estão insatisfeitas e a pandemia acentuou ainda mais a problemática.

Contudo, esse movimento não está atrelado somente ao emprego, mas sim a uma insatisfação com o modo de vida que essas pessoas vivem. E assim pessoas que até mesmo tinham um alto padrão de vida abdicaram do seu antigo emprego para buscar um novo que lhe trouxesse uma maior realização pessoal.

É uma nova forma de enxergar a vida e ter uma qualidade de vida melhor. Depois da pandemia, muitas pessoas começaram tiveram contato com o home office e já não querem mais voltar ao modelo de trabalho presencial, por exemplo.

E o que eu devo fazer como empregador? Como posso me adaptar ao mercado?

Estamos falando aqui a respeito de uma nova postura frente ao trabalho. Isso significa que é fundamental compreender essa mudança de comportamento que está acorrendo no mercado.

Comece fazendo uma contratação seletiva de pessoas que estejam alinhadas a sua cultura organizacional e aos seus valores como empresa. Esse processo vai definir toda a jornada de trabalho e satisfação do colaborador, e evitar a saída desse funcionário (turnover).

Para reter os seus talentos vale a pena investigar como anda o nível de satisfação deles. Você pode mensurar isso aplicando uma pesquisa de clima. A pesquisa de clima vai investigar o grau de satisfação da sua equipe em relação à salários/benefícios, postura da liderança, funções desempenhadas, ambiente de trabalho e outros.

Além disso, é importante se preocupar em oferecer treinamentos, como o upskilling e reskilling. Que são treinamentos que buscam aprimorar conhecimentos e adquirir novas habilidades. Para atualizar o seu colaborador as tendências de mercado e além disso para que ele possa crescer na sua empresa.

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